quarta-feira, 28 de março de 2012

XADREZ! JOGO DE AZAR???

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Tenho acompanhado em diversos veículos de comunicação sobre nossa nobre arte do xadrez, numerosos debates a respeito dos novos critérios de desempates RECOMENDADOS pela FIDE. Venho aqui colocar meu ponto de vista a respeito de tal assunto. Outro dia fiz um comentário no Blog do Matheus Cavalcante, na ocasião o debate era a respeito do Aberto do Brasil/Memorial Luis Rêgo 2012, onde os enxadristas cearenses estavam criticando os critérios de desempate. Coloquei que a escolha de utilizar ou não tais critérios deveria ser repensados pelos organizadores, na ocasião, fui notificado pelo AF Ari Maia que os organizadores eram sujeitos a seguirem tais critérios caso quisessem ter seus torneios validados para cálculo de rating FIDE. No entanto, procurei o auxilio do Handbook da FIDE e não interpretei as recomendações como sendo exigências, a FIDE recomenda por achar que é a melhor forma de se inibir os empates sem combatividade entre os jogadores, algo que realmente deve ser banido do xadrez, principalmente pelo fato de trazer uma mídia negativa para o xadrez, inclusive, creio que em torneios com um elevado nível de rating médio, seja plenamente aceito, contudo nos torneios jogados aqui no Brasil, esses critérios têm gerado muita dor de cabeça e prejudicado os verdadeiros merecedores dos primeiros lugares, estamos transformando o xadrez em um jogo de azar, onde o campeão pode não ser o enxadrista com melhor desempenho na competição, mas aquele que tenha tido sorte no emparceiramento.

O Brasil é um dos poucos países onde os organizadores estão vendo as recomendações da FIDE como exigências, talvez por falta de esclarecimentos da CBX a respeito do assunto ou até mesmo por medo de estarem infligindo alguma regra da FIDE para oficialização do torneio. Vejam alguns torneios oficiais da FIDE em Sistema Suiço que não estão seguindo tais critérios:

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Podemos observar nas classificações acima que em países com xadrez bem mais desenvolvido que o nosso e mesmo com a presença de muitos titulados, não estão adotando as recomendações da FIDE e nem por isso seus torneios, não estão deixando de serem validados para cálculo de rating ou norma. Cabe aos nossos organizadores saberem se realmente vale a pena, usar os novos critérios e terem seus eventos postos em dúvida, ou escolherem critérios de acordo com a realidade da competição, até agora, todos os torneios brasileiros realizados com os novos critérios, geraram muita polêmica, pode até não parecer, mas essas pequenas polêmicas acabam trazendo um desgaste da imagem do xadrez que futuramente pode vir a causar perdas em aquisições de patrocínios, nenhum patrocinador quer seu nome envolvido em uma atividade que gera conflito. Por tanto creio que é hora de revermos a utilização desses critérios.

A própria FIDE está realizando o Campeonato Europeu e adotou Rating Performance , milésimos medianos e milésimos totais como ordem de critérios de desempate. Tive informações do AI Mauro Amaral que a nova recomendação de critérios, estão sendo exigidos da CBX que sigam a ordem de confronto direto e Nº de vitória, mas pelo que conheço dos administradores da CBX, que são pessoas super competentes e prestativas, eles iriam olhar com outros olhos e verem que a FIDE fez uma recomendação e que cada organizador e federação pode seguir ou não a medida de suas necessidades.

Eudismar Abreu.

2 comentários:

ari disse...

Amigo Alan:
Você interpretou as minhas palavras de maneira imprecisa. Nunca falei que a FIDE exigiu ordem de critérios, ela apenas recomendou. A CBX é que estabeleceu a ordem obrigatória para torneios realizados no Brasil. E como estamos no Brasil, a CBX é quem manda.

ari disse...

"O Brasil é um dos poucos países onde os organizadores estão vendo as recomendações da FIDE como exigências, talvez por falta de esclarecimentos da CBX a respeito do assunto ou até mesmo por medo de estarem infligindo alguma regra da FIDE para oficialização do torneio."

Com relação a esse comentário acima, digo que você é realmente corajoso, pois você está dizendo que o Árbitro Internacional número 1 das Américas, Antônio Bento, não está esclarecido sobre o assunto e está com medo de infrigir alguma norma da FIDE!
O Bento frequenta, há vários anos, todos as reuniões do Comitê de arbitragem da FIDE pessoalmente, onde é superrespeitado por árbitros de todos os países do mundo. Se ele não está esclarecido, quem está? Os critérios de desempate foram escolhidos por ele, após análise criteriosa e com o objetivo claro de reduzir a combatividade entre os jogadores.
Eu, pessoalmente, quero declarar que sou a favor dos critérios (não ficarei em cima do muro). O que está acontecendo, é que existem jogadores que vão fazendo no torneio o "melhor caminho" até chegar ao "Olimpo" do torneio. Com os novos critérios o Olimpo só chegará com muito suor e lágrima, ou seja, é vencer, ou vencer. A polêmica surgiu depois que o Matheus perdeu a sua última partida e foi lá pra rabeira. Se tivesse vencido, talvez o discurso dele fosse outro.

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